segunda-feira, 20 de maio de 2013

Pensar Nove Décadas de Amizade (nº 63): Luciana Salles*


Eduardo Lourenço e Cleonice Berardinelli
(foto de Luciana Salles)

Quarta-feira, 15 de setembro de 2010. Fim de tarde, e o auditório do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro, era o cenário de uma sessão plenária do Colóquio “O Atlântico como ponte: a Europa e o espaço lusófono”. A plateia aguardava a palestra da Professora Cleonice Berardinelli, sem imaginar o que viria pela frente, sem programação, sem aviso prévio. A sessão teria um convidado especial, surpresa mesmo para os organizadores do evento. Eis que surge Eduardo Lourenço. Eis que seríamos testemunhas de um encontro espetacular: a Professora e o Ensaísta.

Reunidas sobre a ponte atlântica, as vozes que servem de base e guia para gerações de pesquisadores e professores que, de cá, se ocupam de pensar a saudade, o desassossego, as heterodoxias da “nossa” Baviera.

Eu, em plena transição de estudante a professora, herdeira orgulhosa em passar adiante tanta lição aprendida, confesso que me faltam palavras para descrever tal encontro. Aposto, portanto, num discurso outro: o depoimento do meu olhar sobre esse momento, o testemunho fotográfico em que não apareço, mas através do qual afirmo minha (tão feliz) condição de observadora dos mestres e de seu belo diálogo.




 *Luciana Salles. Investigadora e Professora de Literatura Portuguesa na Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Texto inédito gentilmente enviado pela Autora para Ler Eduardo Lourenço.