terça-feira, 29 de março de 2011

Do mar*





Ele é a concretização de dois mundos. Tem o efémero, na renda da espuma que cada vaga cria, e tem ao mesmo tempo, no mar propriamente dito, a essência do tempo, aquele tempo que se converteu em problema e que nos problematiza.





*Excerto da intervenção de Eduardo Lourenço na Mesa Redonda “Falta futuro a quem tem no presente ambições passadas” na útima edição das Correntes D'Escritas, citado por Ricardo Duarte no artigo “Diário das Correntes”, Jornal de Letras, Artes e Ideias, nº 1055, Lisboa, 9/III/2011, pp. 6-7, onde se relata a sessão realizada na Póvoa de Varzim em 23 de Fevereiro de 2011. Ricardo Duarte esclarece ainda como o ensaísta preparou a sua participação na mesa redonda, moderada por José Carlos de Vasconcelos, e na qual intervieram também Aida Gomes, Almeida Faria, Fernando Pinto do Amaral, Maria Teresa Horta e Ricardo Menéndez Salmón. «De início, pensou que seria um daqueles enigmas que os jornais publicavam antigamente, para entreter leitores. Mas quando percebeu que era mesmo o tema da 1ª mesa das Correntes, Eduardo Lourenço pôs-se a pensar. Alinhou algumas ideias, revisitou a obra de vários pensadores e recordou textos que ele próprio escreveu. Só esta manhã, no entanto, ao olhar pela janela do seu quarto, encontrou a melhor imagem para abordar este verso de Armando Silva Carvalho, “Falta futuro a quem tem no presente ambições passadas”. “Para falar deste tema vou ter de falar do mar”, disse. E explicou porquê» (Ibidem).

Na impossibilidade, que se espera provisória, de ler o texto desta intervenção na íntegra, Ler Eduardo Lourenço oferece aos seus visitantes este fragmento. O título e as fotos (tiradas de uma janela de hotel português à beira-mar) que o enquadram são da responsabilidade do blog.